Melbourne/Austrália – Nascido em 28 de agosto de 1987, em Moscou, Rússia, Mischa Zverev que joga sob a bandeira da Alemanha, em 2005 disputou o seu primeiro torneio profissional, em 2006, ele foi o terceiro melhor tenista juvenil do planeta. Em 2009, já ocupava o 45º posto no ranking da ATP, foi quando começou a sofrer com inúmeros problemas físicos.
Na madrugada deste domingo, ele que atualmente ocupa o 50º posto do ranking, logrou eliminar o britânico Andy Murray, em uma partida que ficará na história do Aberto da Austrália.
Em 2014, ele passou por uma delicada cirurgia, mas ele jamais pensou em desistir de continuar jogando tenis.
“Desistir não, mas eu não sabia o que fazer”, disse Mischa na entrevista coletiva logo após a vitória sobre o número 1 do mundo.
“Eu estava machucado, com o braço esquerdo engessado e não podia segurar uma raquete”.
“Comecei a viajar com alguns juvenis que eram amigos do meu irmão (Alexander Zverev). Eles eram treinados por meus pais de vez em quando”.
“Viajei com eles para alguns futures, fomos para algumas cidades muito pequenas, jogando futures sem hospedagem. Você fica apenas no hotel e come no Subway, faz esse tipo de coisa”, relembrou.
“Percebi que sentia falta de jogar e que eu ainda poderia ter grandes resultados, já que eu ainda era muito jovem. Assim que comecei a sentir melhor meu punho, comecei uma pré-temporada em novembro de 2014 com meu irmão e senti que era hora de tentar de novo”.
O mundo assistiu surpreso, o retorno do estilo saque e voleio, Murray simplesmente não conseguiu sair da armadilha montada pelo alemão. Aos poucos ele foi ganhando confiança, e no meio do duelo dominou os pontos importantes, marcando sua sexta vitória sobre um top 10.
“Foi definitivamente o melhor jogo da minha vida, não só porque foi um jogo de melhor de cinco sets, mas porque foi em um Slam”.
“Eu acreditei em mim mesmo, acreditava no meu jogo, acreditava que fazer saque e voleio e dar muitos slices contra ele, e tentar destruir seu ritmo daria certo no final”, disse o alemão que na próxima rodada terá pela frente o suíço Roger Federer.
“Tentei não pensar no placar fazendo as coisas certas na quadra. Eu continuei olhando para o meu box, minha mãe estava sempre sorrindo e meu pai estava focado. Todo mundo estava tranquilo e senti que era uma boa atmosfera, o que me manteve entretido e focado na quadra. Depois, foi uma questão de permanecer positivo, o que funcionou”.
Ainda dentro da quadra, quando deu a sua primeira entrevista após a vitória, Mischa demonstrou o quanto a sua família foi importante para os seus sonhos, ao falar de Alexander, atual 24º do mundo, ele lembrou que a determinação do mais jovem o motiva todos os dias.
“Acho que a diferença de idade nos ajuda mesmo. Sou velho o suficiente para entender o que ele está passando agora. Sei quando devo ser o irmão, quando ser o amigo, quando lhe dar algum conselho ou apenas deixá-lo ir em frente”, finalizou Mischa.
Luiz Fernandes